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De peito aberto, Duda Brack vive paixões ardentes com liberdade em “Proibido Não Gostar”

  • Foto do escritor: Pedro Freitas
    Pedro Freitas
  • 12 de jul. de 2024
  • 0 min de leitura
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Duda Brack nos convida a mergulhar de cabeça em todas as nuances que compõem seu lado mais passional em “Proibido Não Gostar”, novo álbum que estará disponível em todas as plataformas no próximo dia 05 de julho. Transitando entre ritmos brasileiros e de outros países latinos, o projeto inaugura uma nova fase mais dançante e seduzida por si e pelo outro em sua carreira - ouça aqui.


A sonoridade moderna e ardente de “Proibido Não Gostar” se liga essencialmente ao momento artístico que vive Duda Brack. Produzido em conjunto com Ariel Donato, o disco aposta em ritmos latino-americanos enquanto mescla gêneros como Cumbia e Bachata a elementos de Funk e Piseiro, criando um cenário alegre e apaixonante. Apresentando um repertório totalmente autoral, o projeto traz, ainda, uma composição em parceria com Gaby Amarantos, riffs de Felipe Cordeiro e participação de Francisco Gil


“Eu venho de dois álbuns bem disruptivos, bem experimentais, conceituais, agressivos, rockeiros. Eles são fruto de fases da minha vida em que eu realmente precisava me expressar dessa forma para poder desconstruir coisas dentro de mim e, a partir dessa desconstrução, refazer a minha vida por vias que eu me sentisse mais encaixada no mundo. O exercício de encontrar essa possibilidade através da música foi de fato transformando meu universo e, principalmente, me transformando internamente como pessoa.”


“Proibido Não Gostar” tem a paixão como personagem principal das novas histórias que Duda Brack pretende contar. Temas como desejo, sexualidade e romantismo assumem o protagonismo após um longo processo de autoconhecimento vivido pela artista ao longo de seus 10 anos de carreira. A dor e a desconstrução dão lugar à coragem e ao seu lado mais caloroso enquanto Duda Brack abraça todas as ambiguidades e contradições que a guiaram na construção de seu amor próprio. 


“Esse álbum é o lugar da minha anti-heroína, do meu lado mais humano que coloca em pé de igualdade a minha luz e a minha sombra. O que em mim é proibido e o que é lícito, o que é sagrado e o que é profano. Ele provoca esse contraste com a censura da sociedade em relação ao empoderamento feminino, à liberdade sexual da mulher, à liberdade artística - de um artista poder se experimentar de milhões de maneiras sem ter que necessariamente suprir ao fetiche de um algoritmo ou de uma prateleira de música. É um disco que explode todos esses tabus, sem precisar levantar nenhuma bandeira: é música. É música minha, nossa, latina, boa.”


Ilustrando uma jornada de aprendizado entre erros, acertos e fragilidades, "Proibido Não Gostar" fala sobre a liberdade sexual feminina de um lugar de autoconfiança e de quebra de tabu. Trazendo referências que vão da fase "Erótica" de Madonna a fase “Bandido” de Ney Matogrosso, toda a identidade visual do álbum foi construída com base em arquétipos que dialogam com todas as versões de uma mulher que se permite imergir em seu próprio ser, navegando entre luz e sombra, vontades e contradições. 


“A capa - um tanto quanto ousada - foi muito inspirada na fase do “Erotica” da Madonna. Ela é esse ícone que explode os tabus de uma forma muito Rock'n’Roll, assim como Ney, como Gal foi nos anos 70, essas são as minhas referências, para onde eu aponto artisticamente. Ao mesmo tempo, ele não tem um tom tão agressivo quanto o “Erotica” porque é mais solar, latino, tropical, então pensamos em uma paleta de cores que trouxesse um romantismo, por isso o lençol rosa. Ela também traz uma tarja dura, agressiva até, rompendo esse lugar e espelhando a censura que a sociedade exerce em cima da mulher, da artista e da sua liberdade de expressão.”


“Proibido Não Gostar” já tem data marcada para estrear nos palcos. O show de lançamento acontece no Rio de Janeiro no próximo dia 11 de julho, no Espaço Cultural BNDES, enquanto em São Paulo a apresentação será no dia 26 de julho, no Sesc 24 de Maio.



Sobre Duda Brack 


Duda Brack é cantora, compositora e atriz. Tem 30 anos e é gaúcha radicada no RJ. Em 2015, lançou seu primeiro disco solo intitulado “É”. Foi eleita pela crítica especializada como artista revelação, integrou as listas dos principais veículos de imprensa como um dos melhores álbuns do ano. Rodou importantes palcos, projetos e festivais e abriu shows de artistas como Elza Soares, Otto e Alceu Valença. Em 2017, a convite de Charles Gavin (Titãs), integrou o projeto “Primavera nos Dentes” - tributo aos Secos & Molhados - lançado em LP e no streaming pela gravadora DECK. O projeto foi muito bem recebido pelos integrantes da banda original. 


Em setembro de 2021, Duda Brack reuniu Ney Matogrosso e BaianaSystem no single “Ouro Lata”, faixa que precedeu o lançamento de seu segundo álbum solo “Caco de Vidro” que figurou em diversas listas de melhores álbuns do ano, dentre elas a do portal TMDQA e a do júri do APCA. Em 2022, Duda estreou na teledramaturgia brasileira com a vilã “Iolanda” (antagonista polêmica e aclamada pelo público) na novela “Além Da Ilusão”, trama das 18h da Rede Globo. Também rodou o Brasil em turnê com o show “Na Pista Com Quem Interessa” ao lado de Ney Matogrosso, seu padrinho musical. A turnê foi encerrada no final do 1º semestre de 2023 para dar início aos trabalhos do terceiro álbum solo de estúdio da artista. Atualmente, Duda Brack trabalha na produção de seu próximo projeto musical que será lançado em 2024.



Faixa a Faixa


De Conchinha Com a Diaba: foi a primeira música que compus com Romero Ferro, em 2021. Na época, eu ficava com um boy que me chamava de “Diaba”. Um belo dia, eu olhei pra ele e falei “Você tá dormindo de conchinha com a Diaba, cuidado que você vai se apaixonar”. Trouxe essa ideia pro Mero e ele complementou com a ideia do "Meu jeitin é proibido, proibido não gostar". Quando compusemos, eu tava ouvindo muito “Batidão Tropical Volume 1” da Pabllo Vittar e queria fazer algo nessa onda, bem “Triste com T”, pras piranhas que amam, sofrem e choram como eu, rs. Acho que "De conchinha" tem essa mesma energia da mulher gostosa e empoderada em relação aos seus desejos. A diaba é um simbolo dessa femme fatale que vai atrás do que quer sem medo e sempre consegue. E no estúdio, quando fomos produzir a faixa, eu e Ariel chegamos à conclusão de que ela tinha que ser meio Piseiro, meio Arrocha, meio Brega Funk, pra virar hino de todas as diabas brasileiras, rs.    


Cumbia Mel: é uma parceria com a Gaby Amarantos. Nós fizemos uma novela juntas e ficamos super amigas. Fui visitá-la em São Paulo, papo vai papo vem, ela foi me mostrando algumas canções inéditas dela e eu mostrando algumas minhas, quando vimos, já tínhamos feito duas músicas, rs. A Gaby é essa queen do Pará e o Carimbó é muito próximo musicalmente da Cumbia. Eu já tava na maldade de trazer esses elementos latinos pro meu álbum, comentei sobre isso com ela e dessa resenha nasceu "Cumbia Mel". A história dessa letra é sobre uma mulher que tá afim de um boy, mas faz doce, fingindo que não quer, porque ela sente prazer em ver ele correndo atrás até não aguentar mais - mas no fundo quer. É um pouco essa a brincadeira da música.


Dois por engano: acho que essa é uma das minhas preferidas do álbum Eu a compus num momento em que estava vivendo uma paixão "proibida" e sentindo de forma muito intensa esse desejo, relutando contra ele, mas já completamente tomada por esse sentimento. Eu sinto que ela me transporta para esse lugar onde o desejo reprimido encontra o “deslimite” para ser. A tal da ilha que eu cito na canção. Ela tem várias referências escondidas ali no meio, que são muito simbólicas para mim:


- A primeira é Eduardo Galeano. No livro “Memória do Fogo II”, tem um poema chamado "Os Amantes" que diz: "Eles são dois por engano, a noite corrige”. Quando eu li, fiquei com isso na cabeça e precisei muito falar sobre, porque eu sempre tive a ideia de que a paixão é quando você sente vontade de se fundir, mergulhar na pessoa e quase virar um pouco dela e ela um pouco de você, até você se perder um pouco de si. Eu acho que sexo é um vetor disso, dessa "fusão". Nem sempre é isso que acontece no sexo, mas quando acontece é exatamente essa a sensação. Então, eu trouxe: “Se somos dois só por engano, a noite tem planos, há de corrigir”, fazendo uma referência a esse poema do Galeano;


- Também falo sobre a Alexa só tocando Led Zeppelin porque essa sempre foi a minha trilha sonora de fazer amor, então tenho muita história com essas canções e quis trazer isso pra música;


- Tem uma parte da letra que eu falo “Eu loba na selva bem louca” e isso é uma referência a Alcione em Loba, mas também a "Mulheres que Correm com os Lobos", porque acho que essa canção evoca o 360º da energia feminina. Ela é forte e selvagem, visceral e sexual, ao mesmo tempo em que ela tem uma feminilidade, uma doçura. Tem o Rock, mas também tem algo mais etéreo. Ela é profunda e enigmática.


Essa foi uma das únicas faixas em que eu não dei pitaco no arranjo, eu simplesmente sentei ao lado Ariel e deixei ele trabalhar, entrei num estado de hipnose quando ele estava produzindo porque parecia que ele tinha capturado a essência do que eu estava sentindo e traduzido no arranjo.


Neném: é um outro xodozinho meu no álbum. Eu costumo dizer que essa música me foi dada de presente porque eu sonhei com uma multidão cantando o refrão dela. Acordei do sonho, lembrei e gravei no meu telefone. Mandei para o Romero Ferro e ele falou “Amiga, é hit, vamos fazer”.


Depois de pronta, me assustei um pouco com ela, porque tinha um lugar de muita vulnerabilidade. Relutei em colocar essa no repertório do álbum porque não sabia se teria coragem de ir para esse lugar. Eu não tinha coragem de dizer “Neném, eu tô refém, eu não quero mais ninguém”. Eu nunca disse isso para ninguém. Meu lado virginiano nunca me permitiu, rs. Sempre performei o lugar de quem não demonstra tanto interesse por medo de se vulnerabilizar, mas as pessoas à minha volta foram me encorajando, e hoje sinto que essa música me libertou. Entendi que eu posso ir para esse lugar, sem necessariamente me fragilizar, me abandonar. Ela tem esse lugar quase cafona do romântico, quase brega, super latino, super pétalas de rosa na cama, rs. É a brincadeira e a graça dela.


Quando eu fui produzir com Ariel, acabamos usando de referência uma Bachata (ritmo Dominicano que remete musicalmente ao nosso Arrocha lento aqui no Brasil) da Yendry, na intenção de botar o povo pra dançar juntinho. E tem uma parte do arranjo que pedi pro Ariel gravar um sample de Bandoneón, para remeter ao tango. Como gaúcha, o Tango, a Milonga, a Chacarera são um territórios de muita propriedade pra mim, e sinto que ainda vou trazê-los bastante ao longo da minha trajetória.


Lais de Guia: é outra que eu amo muito. (Acho que “Proibido Não Gostar” é o álbum que eu mais gosto. Eu gosto de todos, claro, mas acho que gosto um pouquinho mais desse, rs). Essa faixa é uma parceria com o Luthuly, que fala sobre esse amor próprio e sobre expandir esse amor a ponto de poder compartilhar com o outro. Uma vez, Chico Chico me falou: “Duda, você é tipo sol do meio dia, pode matar, mas faz questão de não fazer sombra”. Não sei ele lembra disso, mas eu nunca esqueci. "Eu sou meu próprio sol na luz do meio dia" vem daí: do entendimento de que essa é a minha forma de amar. 


O amor para mim é sobre iluminar. Eu não posso ser sombra porque brilho, não posso fazer sombra no outro porque brilho. Eu só "Posso ser farol", porque já tenho isso dentro de mim, então também posso compartilhar minha luz com o outro. E o Luthuly colocou a cereja no bolo: “(...) e até seu Lais de Guia”. Lais de Guia é um nó de barco que se usa muito para salvamento de pessoas que estão se afogando, por ser muito firme, mas não a ponto de estrangular, e também pra manter os navios ancorados nos portos. Acabou virando o nome da canção.


Romance: foi a última a entrar no álbum. Eu tava fazendo aula de dança de salão e encasquetei que tinha que ter um Zouk no meu álbum porque esse ritmo tem muito essa energia de água e fogo, que mexe com nosso segundo chakra.


Também sentia que me faltava afirmar o romance nesse disco. Acho que tudo nele já indicava o romance, mas ainda faltava dizer com todas as letras, em caixa alta. Não dava mais para dizer que o álbum era sexo casual, era romance, é esse o plot twist dele. 


Compus a melodia em cima de um riff de violão do Felipe Cordeiro (que acabou ficando na faixa) e fiz a letra junto com Romero Ferro. Puxei o Francisco Gil pra faixa comigo. Amo a voz dele e já queria gravar com ele desde o meu álbum antigo, mas senti que agora fazia ainda mais sentido.


Mistério Solar: é outra música que eu adoro. É a música mais alegre, contagiante, alto astral que já fiz. Ela é a cara do verão brasileiro e a ideia da letra veio depois de uma ida a uma cartomante que abriu um jogo de tarot pra mim e falou que meu amor surgiria numa praia, num dia de verão. O amor nunca veio, mas rendeu uma música, rs. Contei essa história para o Romero e fizemos a canção juntos. Uma das referências para a composição da melodia foi “Beija-flor” do Timbalada. No arranjo, veio uma onda meio “Despechá” da Rosalía, meio “Don't Go Yet” da Camila Cabello. A onda foi misturar um pouco o Ijexá e a Salsa / Merengue, aproximar Bahia e Cuba. Uma música caliente e tropical que desperta essa energia apaixonada do verão brasileiro.


Víbora Ligeira: parceria com Matheus VK, é uma canção que fala sobre energia sexual e poder pessoal, sobre o quanto a gente é capaz de se conectar espiritualmente quando consegue ser permissivo com a nossa libido e alcança a compreensão de que ela é sagrada.


Se essa força que está em nós, mas também além de nós, essa que conecta tudo, a qual eu chamo de “deus”, é o supremo criador, a energia sexual é um canal pra gente encostar no poder da criação. A gente gera vida a partir de uma relação sexual, então o sexo é sagrado. E saber vetorizar isso, gerando prazer para si mesmo, não necessariamente só para atender ou satisfazer o outro, também é uma ferramenta de autoconhecimento, de empoderamento e de conexão com o Divino.


De forma metafórica, essa faixa coloca luz neste lugar. Masturbação, Kundalini. Esse lugar onde a energia sexual pode e merece ser explorada, sem tabu. É uma música que fala sobre a importância da gente se conhecer a partir da nossa líbido e da nossa energia sexual. 


Pegando Brasa: é uma canção minha em parceria com o Zelito Ramos, um compositor gaúcho. Ela fala sobre aquele momento da relação em que você já está envolvida, as guardas já estão baixas e os dois não querem se desgrudar nunca. É sobre a beleza da paixão correspondida sem abrir mão do jogo de sedução, mantendo o fogo aceso. “De manhã o que eu tenho eu te dou, à noitinha cê tem que roubar”. Ela brinca com os fetiches que você constrói dentro de uma relação, descobrindo mil formas de conquista no dia a dia. A princípio, eu procurei o Zelito para fazer um tango, mas, durante o processo de criação, a música acabou indo pra um lugar de mais leveza. A mistura de português e espanhol na letra também aconteceu muito natural, já que, por ser gaúcha, sempre fiz esse intercâmbio com Uruguai, Argentina, sempre consumi muita novela mexicana e música latina, então eu falo espanhol fluente desde muito nova. A composição acabou fluindo para esse lado e eu mergulhei fundo nisso.



Ficha Técnica


Áudio


Produção Musical: Ariel Donato

Co-produção: Duda Brack

Gravação: Ariel Donato

Gravação das percussões na faixa "Mistério Solar": Kainan do Jêje

Mixagem: Ricardo Mosca

Masterização: Felipe Tichauer

Selo: Xirê

A&R: Andrea Franco

Distribuição: Alta Fonte


Imagem


Direção Criativa: NOO Studio, Ana Campos, Duda Brack, Rebeca Brack

Direção de Arte: NOO Studio, Ana Campos, Rebeca Brack

Design Gráfico: NOO Studio, Rebeca Brack

Fotografia: Juliana Rocha

Finalização: Isa Arruda

Beleza: Leila Turgante

Styling: Juny Martins

Assistente de Estilo: Raphito Oliveira]


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